Amei esse passo estranho que abraço, na prece que envolta comigo permanece.
Calcei meus sapatos, andei com as estrelas, defendi a imagem sonhada,
olvidada e-vivi. (Eloah)
Na alma a dor se retrai, Não ouve sequer a razão Porque o que se quer se esvai, Infinitamente - bem mais que o coração.
Sem sentido, sem coragem, se abate Defesa amarga, pranto vencido, Do combate o sofrido embate Da lembrança o gosto amargo, a perdida imagem.
Quem sabe ao dormir deságüe o pranto E nos sonhos a surgir te veja agora, Não sombra augusta, mas luz divina, Reflexo, espaço, e eternidade, Num longo abraço e inquieto beijo.
Ante o impossível perfeito e exato Tu és a mágoa, o consolo, o anseio e a vida, A campa idealizada, a pura terra, Cativa força – sábia mais incompleta obra.
Nada é tão simples. Certezas? Não são muitas. Sonhos estes sim são infindáveis. Afinal a vida é construída pelo sol das manhãs e pelas noites que iluminam e abrigam os sonhos. O cotidiano na sua complexidade, em algum momento se fecha para o mundo e nos carrega para uma orgia de decepções e inquietações empurrando-nos para lugares frios e desconhecidos. Vulnerabilidade é o nosso ponto mais fraco. Em cada esquina nos deparamos com verdades cujos sentidos, por mais incoerentes, nos carregam num processo misterioso de vibração interior que vai-nos fortalecendo e modulando a alma. São momentos de preces solitárias que nos permitem aplainar, a colorir, a acariciar, vasculhar e apalpar todos os mais íntimos e ínfimos detalhes, até que esgotados os pensamentos - exauridos, machucados muitas vezes,vamos a procura do nosso equilíbrio. Neste processo, obstinados,caminhamos em busca de um lugar ao sol e, jogando com o tempo, contra a dureza da existência, cautelosamente, em sobreaviso, delineamos nossas fronteiras. Nada é tão simples. Mas é na complexidade que reside à fluidez da percepção e o encanto do aprendizado da vida.