terça-feira, 27 de julho de 2010

NÓS AS MULHERES

Abro um espaço e no ócio tão raro e precioso, reflito, percorro o tempo e, penso nos transtornos que acarretamos, nós as mulheres, na ordem do mundo, desde que num ato de rebeldia consciente resolvemos mudar o curso de nossas vidas, e quebrar as seqüências e reavaliar os valores.
Que trabalho aprontamos com essa generalizada bagunça. Afinal, de nós foi sempre o esperado: o abrigo, o prazer, o conforto, o tempo e o sagrado posto de esposa e mãe.
É verdade que levamos conosco a dádiva de ser mulher, procriar e o dom de possuir esse sentimento pleno, avassalador, insubstituível que nos toma conta por inteiro e nos suga minuto a minuto a vida toda. Mas a par da plenitude e da beleza incorporada, que nos encanta e alimenta - e não abrimos mãos de vivê-lo - traz na bagagem fartas exigências, cobranças e responsabilidades que proliferam-se ao longo do tempo e juntam-se a sentimentos de tantas e quantas culpas imaginadas, mas reais, porque nos fizeram acreditar que a perfeição leva a perfeição e que o dever está em primeiro lugar.
E o tempo? Ah! Precioso tempo. Esse tempo que contamos, puxamos e esticamos e, desdobramos muitas vezes no afã de achar tempo para correr - e isso exige que sejamos as atletas que não somos - atrás de outras realizações pessoais, tão nossas e, vezes sem conta, impraticáveis porque não temos tempo.
São elos que se interligam com novos elos compondo densas correntes, e que nos acompanham e aos nossos conflitantes e arraigados valores vida afora.
São tantas as amarras, difícil e espinhosa tem sido a mudança por mais tênue que seja. Mas sabemos que estamos abrindo caminhos e que abrir caminhos nunca deu leveza aos passos. Energizadas e impulsionadas pelo desafio e a tenacidade engendrada no dia a dia, continuamos a persistir motivadas e fortalecidas.
Sabemos, também, que somos muitas e que de todas as maneiras, diferentes maneiras,estamos paulatinamente abrindo uma brecha à luz do mundo, para que possamos iguais em direito, mesmo parte de outros sonhos, buscar  em outras plagas, os nossos tão sonhados sonhos. (Eloah Westphalen Naschenweng)

2 comentários:

  1. Oi, Eloah, lindo este seu texto. Ainda estamos na luta, avançando, abrindo caminhos, crescendo e lutando pelo nosso espaço. Tudo é válido desde que não esqueçamos da mulher que há em cada uma de nós. Ser mulher é maravilhoso, somos tão capazes que podemos dispensar rivalidades e atitudes de rebeldia. Podemos continuar femininas, amando e cuidando... Somos diferentes até nisso: somos multifacetadas.

    Mas ótimo seria se, na condição de mulher, não precisássemos matar um leão por dia para provar do que somos capazes.

    Meu carinho
    Tais luso

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  2. Nos dias atuais a mulher está percebendo, que precisamos ir além do que somos, cuidar só do lar não é o propósito da maioria, queremos mais. Existem várias alternativas que vão nos deixar mais completas, sem perdermos a nossa sensibilidade e o carinho que temos com a nossa família.
    Parabéns pelo belo texto.
    Uma bela tarde!

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