terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Dança da Vida


Deixei para trás, o eterno aroma das primaveras para viver outras estações e aparar o meu sonho.

Deixei os sóis inquietos e a vida que risca, espreme, modela, retalha  e corta sentimentos, para observar o universo inteiro, a minha frente.

Guardei a chama da primeira alegria, a audácia do primeiro beijo, o alvoroço e a pureza das fantasias, para buscar no claustro das saudades, o silêncio e o repouso secreto.

Vacilei, muitas vezes, diante das sombras que toldavam as asas do sonho e faziam desta dança um efêmero agasalho.

Deixei  a estranha rota, carregada de amor e de dor e que de tanto se dar, se perdeu no meio do caminho.

Abracei a vida generosa  e , em  outro ritmo e outra  harmonia  toco na essência  da alma ,   deixo-me levar  pela bem-aventurança, intacta e purificada .   Inicio, não sem esperança, essa nova dança da vida abrigada pelo impulso de um sonho alado.



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Bons Ventos


Que soprem bons ventos e a vida neste bamboleio se adoce. 

Que a música e o canto entoem, e façam eco, sem alvoroço, tendo como cenário um enorme arco-ìris.

Que o tempo dance ao sol e das nossas mãos, nasçam flores para harmonizar o ritmo.

Que a liberdade faça a alma voar e que as manhãs gorjeadas de pássaros possam encher-se de magia e apaziguar os corações.

Sob a augusta solidão das estrelas, possamos nós, tocados de emoção, sentir a vida fluir.

Que o sopro das saudades, cheio de ausências, aflore, mas não se perca no tempo.

Que as sinuosidades  do  destino voe por plagas serenas para que se ouça o silêncio.

Que a vibração interior traga lembranças benfazejas, embrulhos de amor carregados de sentimento e a beatitude angélica dos querubins.

Que o encanto prevaleça ante as perdas, e os ganhos ocupem espaços generosos na nossa vida.

Enfim, haja luz, haja estio, não importa, mas sim que a docilidade do amor e todas as quimeras se moldem e que cada desejo cresça intenso, imenso, do tamanho do meu, do teu e do nosso sonho.


sábado, 21 de janeiro de 2012

Somos Tantos


Neste mundo somos tantos e tantas e diferentes tramas.

Mesmo que amparados, na viagem pela vida vamos sós. O itinerário a nós pertence.

O impulso delicioso que nos impele e faz esmiuçar e descobrir todas as veredas  disponíveis nos leva sempre além. É o sonho, é o desejo, é à vontade em igual harmonia que se movimentam em giros surpreendentes e fazem suas escolhas.

É a teia que construímos, arrebatada de sol, coroada de luz aveludada, e borrifada de belezas que pintam estrelas no horizonte e nos fazem sonhar.

Na busca constante que empreendemos, esta avalanche festiva de esperanças e felicidades, muitas vezes e, não raras, esvai-se, rompe-se, se espedaça e se estende nas sombras. É o revés, da vida, mas nunca, é definitivo, sempre há novos dias, novos tempos, novas auroras e novos fios entrecruzando as tramas e tecendo novas histórias.

É esta certeza que nos revigora nos fortalece e nos faz carregar na bagagem as lições que a vida nos dá.




segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

É no Silêncio da Alma

Tela de Wladimir Volegov 
É no silêncio da alma e na suave intensidade dos sentimentos que se constrói poesia.
Os sonhos se movimentam, se espalham jorrando palavras, como flores silvestres em tempo de primavera.
Inatingível anseio que busca no poder da linguagem externar desejos, fabricar saudades, grandes paixões, mágoas irrefreáveis e prender para sempre as lembranças.
É vida exposta, eco que voa célere ao vento, como um melancólico adágio, ou um intempestivo allegro. São os acordes do coração.
É molde de fantasia, é espaço que se entreabre, forjado de raios dispersos no ar, sopros de brisas, paixões inclementes, ausências, doces esperanças e beijos de amor.
É dor, desamor, é luz e lindos amores.

A alma, assim tecida na fé, no amor e na dor, sem segredos, sutilmente voa á plagas serenas e derrama seus sentimentos.
Cria-se a poesia.
Nasce o poeta!   

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Me Reconheço

Tela de Wladimir Volegov

É nos teus olhos que me reconheço.
Sou puro sentimento, enraizado, tocante, fascinante, plasmado no silêncio.

Solta, alada, desenrolando a ternura que em brisas de carinho, a ondular ligeira voa, acordo à vida e num ato de plenitude e oração louvo o amor intenso e celebro este momento.

Deusa da felicidade, atenta às nuances do destino, e na ânsia de te dar o mundo, deixo-me levar, me renovo, me movo calma, serena, doce , e tocada de graça flutuo em divina paz.



domingo, 8 de janeiro de 2012

Recomeçar

Tela de Andrei  Blichenko

Recomeçar é a atitude que demarca um tempo de inquietude e de excepcional emoção.

É a ansiedade calada, permeada de esperanças, que encarcera o passado para poder preparar um novo futuro.

É o sentimento de coragem, de força, que vem generosamente tomar conta da alma para imprimir novas oportunidades a vida e temperar a luta.

É o ir à busca de agasalho, num giro sonolento, incerto e debruçado a sombra de um intenso desejo de acertar o passo e harmonizar a caminhada.

Nem sempre o percurso é leve e fácil. Existem, neste processo misterioso, atropelos, pausas solitárias, letargia, ânsias requintadas, lágrimas suspensas, desertos e chuvas - mas também existe, a energia vital, à vontade firme que ampara, faz o passo brando e o caminho árduo e estreito em larga avenida de luz acompanhada.

O coração errante crê, tem fé e faz renascer e dilatar os sonhos.

Esta é a beleza do recomeço – persistir, permitir e transformar a vida descorada e fria, de fundo enevoado, num caminho carregado de desafios para que possa, novamente, cruzar a soleira do coração.

Obs: Estamos com este texto no Blog  RECOMEÇAR . Carinho da amiga Zil
http://euemmim-recomecar.blogspot.com 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Segredos


Segredos todos nós temos.

São salas sombrias, portas com trancas, caminhos vividos e dores adormecidas.

São pedaços da vida que deixamos, misteriosamente, atrás de nós, estender-se nas sombras para vestir-se de silêncio, aparentemente, esquecidos.

São histórias que sagram na alma e que desencadeadas, se enroscam, se agarram e embalde nos deixam esquecê-las.

São como um baú de preciosidades misteriosas, escondido no sótão da nossa mente com o intuito de reguardar imagens, demarcar vivências, esconder derrotas ou impasses e, predestinado a permanecer na escuridão.

É proteção mística, tal qual a caixa de Pandora, que encerra dentro em si mistério, vida, sonhos perdidos, esquecido canto, prisioneiro sentimento e outros tantos momentos à depurar para não nos tragar no tempo e roubar da vida o encanto.




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