Por todos os
momentos que desprevenida encarei o vazio da esperança e em desalento
aprisionada a este sentimento, errei o passo.
Por todos os
momentos em que a benevolência circulava além das sombras e me fazia recuperar,
desafiadora, as cores da vida e resgatar as imagens do sonho.
Por todos os
momentos de lassidão silenciosa, como a paisagem lá fora, que me fazia não uma
criança, nem uma mulher, mas só uma expectadora.
Por todos os
momentos de dor e de queda, tal qual às folhas que caem como espiral e vão
deixando rastros invisíveis no ar .
Por todas as vezes
que ávida, pude absorver os aromas banidos da vida e com paixão e energia vital
emoldurei as vielas do caminho.
Por todos os
momentos que engavetei vaidades, sonhos e sem desafetos recolhi-me nas lentas,
inquietas e gastas horas do tempo.
Por todos os
momentos que seduzida mergulhei nos sentidos, doei meu coração e fiz do amor, doce, delicada e eterna chama.
Por todas as
diferentes e outras maneiras de amar que pude viver e ter, rendo - me aos
afetos e a soberana gloria de simplesmente viver.