quarta-feira, 17 de novembro de 2010

CANÇÃO DA PLENITUDE

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.
( Lya Luft)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

“Na dúvida, faça.
O risco faz parte.
A graça está em tentar,
em vez de sentar e assistir;
o mundo está em esticar-se todo para atingir;
o mundo está no desafio da interrogação.
E porque não? Entre na festa.
( Flora Fiqueiredo)

Tela de Pino Daeni





sexta-feira, 5 de novembro de 2010

RECOMEÇO

Tela de Pino Daeni
Mudar faz parte da vida.

Nada é imutável. No eterno ciclo da vida, revestidos de esperanças, vivemos em constante mutação.
Reconheço, conheço os recomeços. Intercâmbio de sonhos dobrados e desdobrados, vicejando, gradativamente, em novos cenários.
Envolta na compreensão do momento fecho a última gaveta. Busco, instantaneamente, revestir a mesa e o ambiente despojado na tentativa de reviver e reavivar o tempo e as lembranças da vida vivida nos últimos anos.
Pedaços, retalhos, imagens e movimentos misturam-se, fotograficamente, e lentamente esvaem-se.
Vulnerável ao previsível momento, deixo fluir, prematuramente as saudades que com veemência me toca, machuca e vibra em comovido compasso com a vida. Mas impelida pela confiança, e a experiência adquirida contemplo o velho tempo e, em tácito acordo interno, remodelo meus pensamentos com o intuito de vislumbrar os desafios e a magia do novo tempo que se espraia.
Propagando densos sentimentos, deslizo insistente e persistente.
Excitando a mente restauro o equilíbrio e vou desatando meus sonhos.
(E.W.N)

domingo, 24 de outubro de 2010

ALMA DE POETA

(Tela Renoir)
A alma do poeta
É feita de chão de terra
De luz e sedução
Nada é em vão.

Fuga muda
Sutileza enovelada
Esculpe detalhes e entalhes
Abstratas ancoragens.

Impermeável,
Mas insaciável
Recolhe da natureza
Memoráveis belezas.

Puro horizonte
Vestida de lua
Verte memórias
Em tantas histórias.

Segreda queixumes
Tece lembranças
Alimenta esperanças
E todas as ânsias.

Obstinada e sofisticada
Aura etérea
De graça guarnecida
Realça a vida vivida.

Carregada de sentimentos
Transparente
Atreve-se
Se entrega

E
Amorosamente partilha. ( ELoah W.N.)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

POR TI



Por ti, eu me fiz atalho,
Vereda, aleia, margem de caminho,
Agreste, rota,
Que ao florir de sol se doura.

Por ti, eu me fiz estrela,
Esfera plácida que ilumina
Dá brilho e consome a vida.

Por ti, eu me fiz aragem,
Lento vento, doce brisa,
Volátil beijo e sutil desejo.

Por ti, eu me fiz mulher,
Embrulhei meus sonhos
Juntei-me a ti.

Dos sonhos me fiz poeta
Lira pura, serena prece,
Chegada e fim.

Por ti tornei-me espera,
Por ti me fiz amor.(E.W.N)


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DIVERSIDADE

São tantas as faces que nos acompanham vida afora. Faces generosas, acolhedoras e muitas vezes inquietantes.

Expressivas raízes entremeadas por tempo e idades diferentes. Experiências moldadas na vívida e obstinada energia da vida. Labuta, exigente, transbordante – pródiga parceira.
Rebusco nas memórias o testemunho latente da diversidade dos momentos passados e, no desafio constante e imemorável, essa força oculta, poderosa e necessária para amordaçar tristes e amargos sentimentos, ou para impulsionar e realizar tantos sonhos. E, nas surpreendentes transformações que nos fazem diante das mudanças, um pouco atletas, um pouco dançarinas, a mensagem e o aprendizado para restabelecer o equilíbrio e a perfeita harmonia - maneio do contínuo e estranho diálogo, que criamos e travamos com a vida.(E.W.N)
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